Estados fracos e o
terrorismo
A política contemporânea dos Estados Unidos se baseia
em combater o terrorismo que, segundo os mesmos, decorre da existência de países
fracos ou falidos. O conceito de país fraco gira em torno da ideia de que caso
não haja um governo estável a frente de um país democratico e liberal haverá
brechas para que situaçõess instaveis como o terrorismo surjam e afetem de
forma negativa as relações internacionais. Os motivos que levam um Estado a se
tornar fraco ou falido são muito variados, como por exemplo sua posição
geográfica, física, sua origem histórica ou as decisões políticas de seus
governos. A atual política internacional na agenda estadunidence nasceu após o
atentado de 11 de setembro de 2001. Desde então a atenção do governo Bush se
voltou para o Iraque que se encaixaria no conceito de país fraco ou falido e, além
disso, possuiria armas de destruicao em massa(ADM). Situação essa que vem
causando posicionamentos divergentes dos atores internacionais, inclusive
aqueles participantes do conselho de seguranca com poder de veto e que, como
coloca Francis Fukuyama.
‘’As formas tradicionais de intimação ou
contenção não funcionam contra este tipo de agente não–estatal, e assim as
questões de segurança exigem busca dentro de Estados e mudanças em seus regimes
para evitar o surgimento de futuras ameaças’’.
Os Estados Unidos, após o 11 de setembro, se dizendo
legítimos para isto, assumiram a posição de defensor da comunidade
internacional, combatendo o problema que é a existência de grupos terroristas
nos já mencionados Estados falidos, visando impor a democracia liberal e livrar–los
dos fundametalistas terroristas. Essa intervenção estadunidense tem por
objetivo mediato tranformar um Estado fraco em um Estado forte, mas para tanto
deverá seguir e colocar em prática a postulação das três fases de construção de
uma nação forte. A primeira fase consiste em reconstruir o país após os
conflitos violentos que foram necessários para a derrubada do governo ineficiente
ou mesmo ausente. Nessa fase o papel das potêcias interventoras é de dar
provisão a curto prazo de questões essenciais à vida em sociedade, como por
exemplo segurança pública, ajuda humanitária, ajuda técnica para restauração dos
sistemas de água, luz, telecomunicações, bancos, e outros. Atingido o objetivo
dessa primeira fase, surge a segunda fase que pode ser resumida em criar instituições
estatais que possuam sustentabilidade, ou seja, após cessada a permanencia das
forças estrangeiras, essa própria organização institucional estatal terá
capacidade se manter em sua qualidade de figura institucional com poder estatal.
A terceira fase, por tanto é uma continuação da segunda, com maior autonomia na
gestão do país e organização do poder, aumentando a autonomia do país em sua
própria administração.
A temática desse texto abrange todo o debate atual sobre
a legitimidade da intervenção norte americana na região do oriente médio,
inclusive no mérito da eficiência da invasão e das alegações que embasaram a
mesma. Existe hoje uma corrente que é contrária à posição que os EUA tomaram
acerca dessa questão teorrista. Essa posição contrária segue o pensamento de Fukuyama
que concorda, como se evidencia no trecho anteriormente citado, que a maneira
de lidar com esse inimigo (terrorismo) não é convencional, portanto já aponta o
motivo da ineficiência da intervenção; acrescentando á essa discussão o fato de
não terem sido encontradas armas de distruição em massa, uma das motivações da
invasão na região. Quanto mais tempo dura essa guerra mais se fortalecem os
questionamentos: estão vencendo a guerra? Onde estão as armas de distruição em
massa? O estado pode ser agora considerado forte e está limpo de grupos
terroristas? Essas questões cada vez mais se tornam recorentes na análise da
política internacional dos Estados Unidos e continuam sem resposta definitiva.